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Observando a postura de tiro pode-se determinar o caráter do arqueiro

"ditado Coreano"

Ancoragem

O preparo para uma ancoragem certa começa com o primeiro passo da postura e com o primeiro passo da pré puxada.

Se a minha postura não estiver adequada, o vínculo dos meus braços com o arco estará mudado em cada tiro, que por sua vez muda o vínculo do meu olho com a mira, muda a abertura dos meus braços e conseqüentemente a potencia (puxada) do arco.  A variação na potencia vai fazer com que a flecha ora voe mais forte ou mais fraca.

Então podemos dizer que existem duas etapas iniciais para uma boa ancoragem:

1. A postura.

O posicionamento dos meus pés, e o posicionamento da minha cabeça em relação ao ombro. Como vimos no capítulo anterior, na parte em que falamos sobra a postura da cabeça, é de eminente importância que a minha cabeça esteja reta, para quando eu virá-la em direção ao alvo ela não incline.

Cada mudança na postura de mina cabeça irá influenciar a minha ancoragem e portanto, influenciar o meu tiro.

No desenho acima podemos ver que existem várias possibilidade de ancora o arco, e vários erros que se deveria evitar cometer.

Os desenhos 1,2, e 3 são as três possíveis formas de ancoragem. como você pode notar, em todas elas a ponta do nariz é a referencia inicial.

Na postura 1. temos uma ancoragem central. Neste caso o arqueiro alinha a corda no meio do nariz e a mão no centro do queixo. esta é uma ancoragem muito usada pelas coreanas (campeã olímpicas e mundiais). Esta ancoragem se pode fazer em especial quando se possui uma puxada longa (braços longos).

Na postura 2. temos uma ancoragem levemente lateral. Muito usado pelos arqueiros masculinos. De novo o nariz é a primeira referencia, depois se ajusta a mão lateralmente no queixo.

e por fim temos na postura 3. um ancoragem lateral. é uma ancoragem usada por quem usa um beijador. Beijador é um plástico que é preso na corda para ajudar como referência.

Todas estas três ancoragens são válidas e vão depender do arqueiro.

 

Os desenhos 4, 5, 6 e 7 nos amostram o que não deveríamos fazer:

A figura 6 nos mostra o clássico erro de uma ancoragem baixa. Neste caso a flecha acaba subindo e atingindo o alvo acima do desejado.

Na fig 7 temos o caso de uma ancoragem alta. Neste caso a flecha acaba atingindo o alvo mais baixo.

Na fig 5 temos o caso em que o arqueiro não usa o nariz como referencia. Isso dificulta o tiro.

em todos estes casos, a ancoragem não é propícia porque ela é difícil de ser repetida de novo e de novo do mesmo jeito. e já que cada alteração da postura vai mudar o meu tiro, é óbvio que se deveria evitar tais erros.

Na fig 4, temos uma ancoragem muito usado por pessoas que querem ter uma puxada maior do que o cumprimento do próprio braço.

Esta ancoragem não é recomendada porque o posicionamento na lateral do olho é muito difícil de controlar, é difícil de saber exatamente onde está a corda.

 

Como funciona a mira?

Antes de podermos  acertar a mira é importante ter o material adequado, é importante ter as flechas certas com o spine certo para a potencia do arque. Mais informação sobre este tema você vai encontrar na página sobre: como acertar o arco.

Assumindo que seu arco esteja em perfeito estado e suas flechas sejam adequadas, vamos analisar os possíveis erros que se possa cometer na ancoragem.

Para podermos mirar bem, precisamos de duas referencias, uma linha horizontal e uma linha vertical. Juntando estas duas referencias temos o centro. Portanto., um tiro sempre é bidimensional (altura x largura).

A referencia horizontal (aquela que me dá a lateralidade) é conseguida mantendo a corda sempre na ponta do nariz. Desta forma a distancia entre o meu olho e a corda sempre será igual. Uma vez tendo o nariz como ponto de referencia, ao puxar a corda e manter a mira no alvo eu posiciono a sombra da corda num ponto fixo no aro do arco ao ao lado da mira. E em cada tiro eu uso as mesmas referencias. Cada mudança nestas referencias vai mudar a lateralidade do meu tiro. Se eu posicionar a corda um pouco mais para a direita no meu nariz a flecha voará mais para a esquerda e não acertará o centro do alvo. Em tais casos, não é culpa da mira, do vento ou do arco, e sim, do arqueiro.

A figura é o arco sendo olhado de cima.

Aqui podemos ver que uma pequena mudança na lateralidade da flecha vai fazer com que a flecha não acerte o alvo.

A linha de tiro representaria o ponto central de ancoragem da corda na ponta do nariz.

Portanto, é importante que a referencia da corda e o ponto em que você mira a corda no arco sejam sempre idênticos a durante todos os tiros.

A referencia vertical (aquela que nos da a altura certa do tiro) é determinada com o posicionamento da minha mão no queixo.

Na figura acima podemos notar o que acontece quando a ancoragem no queixo variar. na fig 1 temos a ancoragem ideal, sendo que a linha de tiro representa o posicionamento da mão na parte inferior do queixo. Se elevarmos a mão para cima, o vínculo da flecha vai mudar e ela cai (fig 3). Se baixarmos demais a mão a flecha sobe (fig 2).

Isso implica então, que quando atirarmos com o queixo elevado, não só iremos ter dificuldade em tocar a corda na ponta do nariz, como também a ancoragem da mão que puxa a corda será alta e a flecha irá cair. O ideal seria mover a cabeça de tal forma que ao puxarmos a corda ela automaticamente toca a ponta do nariz e a mão ao mesmo tempo alcança o queixo na posição desejada.

Existem casos de atletas de ponta, que depois de terem puxado a corda, elas ajeitam a cabeça movendo-a para ajeitar a visão e o nariz, e depois atira. Uma das melhores arqueiras do mundo faz isso. Não é para ser imitado. O truque dela é que ela ancora no pescoço, tendo o pescoço como referência. Assim ela se pode dar o luxo de mover a cabeça. Só que ela treina isso a mais de 15 anos e com treinador e uma equipe inteira. ela consegui treinar de tal forma que tal vício ela repete sempre igual. Mas isso é uma exceção.

 

2. A posição dos dedos

A posição dos dedos em relação á corda do arco é muito importante e ela começa no momento em que eu me preparo para puxar a corda, quando eu posiciono os dedos na corda. Existem vários posicionamentos diferentes, que não iremos discutir neste capítulo. em regra se usa a ponta dos dedos até a primeira junta. Normalmente se tenta distribuir o peso da corda igualmente entre os dedos.

A distribuição do peso da corda entre os dedos pode variar. Tem arqueiros que botam maior peso no dedo indicador, já outros distribuem o peso entre o indicador e anular. Uns mantêm os dedos mais abertos, já outros fecham a mão mais, encurvando os dedos. Não existe um padrão aqui a não ser que você usa as pontas dos dedos até a primeira junta.  A forma de segurar a corda é bem individual e com o tempo e a prática você vai descobrir o seu jeito.

Da mesma forma é essencial como você segura o arco. A pegada no arco tem que ser sempre idêntica, pois cada mudança vai influenciar a trajetória da flecha. Por isso, muitos arqueiros moldam o seu próprio punho conforma a mão e o jeito de segurar o arco. Na regra se diz que se deveria segurar o arco entre o dedão e o dedo indicador conforme amostra afigura abaixo:

A mão envolve o punho do arco sem apertá-lo ou segurar o arco.

Os dedos ficam soltos. A mão é passiva e funciona meramente como elemento de apoio.

Tendo determinado a posição de ambas as mãos no arco e na corda, nós puxamos a corda até o queixo com a mão direita e seguramos o arco com a mão esquerda sem apertar o arco. A mão e o braço esquerdo servem somente como elemento de sustentação. É o braço direito que é ativo, enquanto o esquerdo fica passivo. e se fizermos a puxada certa a mão direta se encaixará automaticamente debaixo do queixo.

Ao puxarmos a corda devemos sempre prestar atenção para não torcermos a mão. isso acontece mais do que se pensa. Normalmente dá para eliminar tal vício com o treino. caso não der então se tenta uma variação de acordo com o tipo de torção. Se torcermos o punho durante a puxada, vai acontecer que o arco acaba sendo inclinado para um ou para o outro lado, afetando a trajetória da flecha.

 

Recapitulando

Nós temos dois elementos fundamentais para uma boa ancoragem: A postura e o posicionamento da cabeça. e a posição dos dedos na corda e da mão no arco.