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Observando a postura de tiro pode-se determinar o caráter do arqueiro

"ditado Coreano"

 

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O arco inglês

 

 

 

Links em alemão e inglês:

www.bogenschiessen.de

www.thebeckoning.com/medieval/longbow/longbow.html

http://www.ping.be/olivier_picard/medieval/index.htm (muito bom site sobre arco medieval com muitas fotos e muita informação)

http://www.centenaryarchers.gil.com.au/archery.htm

http://home.scarlet.be/olivier_picard/intro/

http://fc.ldcsb.on.ca/~j.mcgoey/archery/

 

 

Livros recomedáveis para leitura:

O arqueiro, e O andarilho de Bernard Cornwell
Hardy, Robert: "Longbow: A social and military history"
Wilkinson-Latham, Robert: "Phaidon guide to antique weapons and armour"

 

Primeiro eu gostaria de descrever este maravilhoso utensílios de guerra, sobre o qual muitas lendas foram contadas. Independentemente de terem sido ao longo dos tempos usado madeiras diferentes para condicioná-lo e também formas e tamanhos diferentes, nós iremos encontrar alguma constantes:

O arco à nossa esquerda tem, mesmo mencionando isso sendo trivial, que ser longo. Como regra um verdadeiro arco longo tem que ser tão grande como o arqueiro, em muitos casos se recomenda a ser um palmo maior que o arqueiro. As medidas são entre 65 e 71 polegadas (1,65 a 1,80m). mas também arcos menores são denominados de arcos longos desde que tenha no mínimo um tamanho de 5,5 polegadas.

Em segundo lugar o arco tem que ser reto e sem curvaturas. Um arco com curvaturas é denominado de arco recurvo que nem o arco amostrado à direita.

Mas isso não é suficiente. Um verdadeiro arco longe tem que satisfazer mais critérios para poder ser considerado um verdadeiro arco longo.

O arco não pode ser feito de várias camadas de madeiras diferentes (arco compósito) e o centro do arco, onde a flecha é apoiada na mão, tem que ser a parte mais grossa do arco e não pode ter nenhuma janela (encalhe para encaixar a flecha que nem nos arcos recurvos modernos). Também não são aceitos quaisquer ajudas que nem mira ou algo parecido.

Agora a potencia dos arcos. existem muitas histórias contando arcos longos com até 140 libras de potencia, mas tais potencias mais são as das bestas da época. Os arcos nórdicos dos quais os arcos ingleses descenderam tinham em média entre 75 a 90 libras de potencia com uma puxada de 28 polegadas.Também os acreditados pesos das flechas de 360 gramas é a causa de uma interpretação falha desse peso. Na realidade as flechas se movem em torno de 360 grains, um grain equivale a 0,0648gramas, e então as flechas pesavam em torno de 23,4 gramas.
 

 

 

 

A descoberta que se podia utilizar um pedaço de galho cujas pontas se unia com um fio como arma, data a era paleolítica (35000 a 8000AC) conforme as pontas de flechas de pedra encontradas em escavações. Agora quando foi atirado a primeira flecha e por quem ninguém realmente sabe. Também é provável que as primeiras flechas foram atiradas com um longo pedaço de madeira como os arborígenos ainda hoje o fazem na Austrália.

O interessante é notar que o arco surgiu simultaneamente em todos os continentes da terra com exceção da Antártida.

Os primeiros arco que poderiam dar a origem ao arco longo surgiam na era Mesolítica (4000AC) e foram encontrados no norte da Alemanha nas áreas a volta de Hamburgo e na Holanda. Se acredita que eram arcos de pouca potencia com no máximo 20 libras feitos de teixo ou olmeiro, que são até hoje usados para construir arcos longos e recurvos. Se acredita que os primeiros arcos foram usados em primeira instancia para a caça de pequenos animais, pássaros e roedores.

Com a descoberta do bronze (1500 AC) até por volta de 750 AC se usou cada vez menos o arco longo. Somente por volta de 300 AC é que o arco foi redescoberto na Escandinávia e Europa do norte, onde foram feitos arcos com o alburno (pino fendido) para a parte da frente e o coração da madeira na parte de trás.A razão disso era que o alburno era bem elástico e era responsável em puxar o arco de voltar à sua forma original, enquanto que o coração era rígido e empurrava o arco para sua posição original. O coração dava a força ao arco e o alburno evitava que o arco quebrava. foi nesta era que se começou a utilizar a madeiro do tronco da árvore ou dos galhos mais grossos em vez de um galho inteiro mais fino.

Nas ilhas britânicas o arco foi somente introduzido por volta de 600DC pelos vikingers que  derrotaram os povos da região. Os valises aprenderam dessa lição e assim foram os primeiros povos nas Ilhas a aprenderem e usarem o arco longo em combate. Os valises se aperfeiçoaram de tal forma que conseguiam impedir as invasões inglesas em seus territórios. Imagina o susto que os ingleses tomaram ao notarem a fúria das flechas durante o sítio do seu castelo de Abergavenny em 1182, as portas do castelo com 10 cm de espessura de carvalho não conseguiram impedir que em algumas partes as flechas perfurassem e vazassem a porta.

E como ante os valises, os ingleses também aprenderam dessa lição e começaram a incorporar esta nova arma. Para aprender o manuseio os ingleses fecharam uma aliança com os valises que lhes ensinaram o uso do arco. fora disso o rei iniciou uma campanha para a formação de arqueiros, que tinham privilégios no exército. Os arqueiros eram o que hoje são as forças especiais.

E assim o arco influenciou a política européia.

O arco dominou os campos de batalha, que nem a guerra dos cem anos entre Inglaterra e França (1337-1483) a batalha de Crecy (1346), Poiters (1356) e Anzincourt (1415).

As vitórias foram possíveis por causa da força e potencia das flechas. 6000 arqueiros podiam atirar 144000 (1444mil) flechas em quatro (4) minutos, e a relação entre inimigos abatidos e arqueiros mortos era de mil por um (1000 por 1). Sob o reinado do rei Henrico II no ano 1280 foi expedido uma lei que foi reformulada no ano 1327, que dizia que cada pessoa que podia portar uma arma tinha que treinar pelo menos três horas por mês com o arco longo, se não o fazia era severamente punido. Também, cada homem que tivesse um salário acima de 2 a 5 libras teria que possuir um arco. Até a pontuação obrigatória era regulamentada. Esta lei existe até hoje mas não é mais exigida do povo inglês.

Esta fama se espalhou pela Inglaterra e Europa inteira. A fama era tão grande e a raiva dos inimigos ainda maior que quando um arqueiro inglês era preso a primeira coisa que era feito era cortar os três primeiros dedos da mão que puxava a corda antes antes do arqueiro ser trocado ou devolvido em troca por um resgate.

Mas ser arqueiro tinha seus privilégios. Os melhores arqueiros tinham fama e eram venerados como heróis, e alguns, antes fazendeiros pobres chegavam a juntar verdadeiras riquezas. E portanto, muitos aprendiam esta arte. É importante ressaltar que os arqueiros dessa época eram constituídos em primeira mão de fazendeiros, assassinos, ladrões, marceneiros e nunca de soldados profissionais. Os soldados eram usados exclusivamente no combate homem a homem e assim não tinham o menor contato com os arqueiros.

Um outro privilégio dos arqueiros era que eles eram os primeiros a poderem saquear as cidades tomadas. Tantos privilégios fez com que na Inglaterra surgisse uma milícia altamente treinada que estava sempre em prontidão caso a pátria fosse atacada ou se fossem invadir um outro país. e somente os melhores eram escolhidos.

O príncipe Laouis Napoleon uma vez comentou que era ato admirável o arqueiro atirar 12 flechas por minuto sem errar o alvo à uma distancia de 240 jardas (70 metros). Não se sabe se tal comentário documentado correspondeu a verdade, mas mesmo se isso for uma piada, ela tem algo de verdade. A pontaria dos arqueiros ingleses era legendária. Hoje em dia este esporte está sendo cada vez mais popular, e os melhores no ramo, conseguem acertar com boa facilidade alvos de 50 cm de diâmetro a 50 metros de distancia.

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A batalha de Crecy foi o início da presença dos arqueiros Ingleses no continente Europeu.6000 arqueiros sob o comando do rei eduardo III ganharam a batalha em 90 minutos contra 15000 cavaleiros armados. Somente dois meses mais tarde os arqueiros mais uma vez provaram sua superioridade ao impedirem a invasão dos escoceses sob a liderança do rei David Bruce no norte da Inglaterra (aqui ler o livro o Andarilho de Bernard Cornwell) onde 3000 ingleses derrotaram uma força de 14000 invasores e renderam o rei escocês.

Com as lutas contra a França, os Ingleses tiveram a oportunidade de aperfeiçoar sua táticas, enquanto que os franceses se apegavam às suas tradições de cavalheirismo de tal forma que não conseguiam se adaptar às novas circunstancias. Mesmo depois de existirem tentativas de montar unidades de arqueiros franceses, o medo que os cavaleiros nobres franceses tinham que esses arqueiros tivessem sucesso era maior do que as constantes derrotas que sofriam. Durante a batalha de Crecy os franceses reuniram uma unidade de arqueiros para enfrentar os ingleses, mesmo sendo esses arqueiros de igual competência que nem os ingleses, eles não foram usados como uma unidade e sim dispersos entre as tropas, e a única razão foi porque os cavaleiros tinham medo que eles pudessem ter mais sucesso do que eles próprios. Já os escoceses não tiveram este problema e se adaptaram muito fácil à nova situação, chegando até a contratar mercenários arqueiros ingleses.

Os únicos verdadeiros concorrentes contra os arqueiros ingleses foram os saracenos que com seus arcos recurvos e compósitos e em cima de cavalos eram móveis demais para os arqueiros ingleses. os sarcenos foram descobertos pelos franceses durante as cruzadas da idade média e foram muitas vezes contratados para lutar contra os ingleses.

O fim do arco longo se deu com a introdução da arma de fogo e não como muitos pensam com a introdução da besta. A besta era muito usada pelos genoveses. Ela tinha um alcance maior do que os arcos, mas sofria com a umidade já que sua corda não se podia trocar e portanto, uma vez molhada a besta ficava fraca. Outro problema era a lentidão em rearmara a arma. A grande vantagem era que ela era de fácil aprendizagem e soldados não precisavam de anos de treino e sim em pouco tempo aprendiam a usá-la.