Os primeiros mágicos
O interessante é notar que Dedi não se apresentou como sacerdote ou
heirofante. Ele simplesmente se apresentou como um artista que possui
capacidades mágicas.
Da África e do oriente médio a arte de divertir o público com
apresentações e ilusões, viajou para Roma e foi levada para os povos
bárbaros (o norte da Europa). O documento Europeu mais velho sobre
tais artes data o séc 12. O mesmo séc quando começou a perseguição dos
não crentes. Até a idade média, muitos artistas (de circo), foram
torturados e queimados sob a alegação de terem um pacto com o diabo.
Em 1487 o dominicano Sprenger em seu livro Artes demoníacas incentiva
a perseguição e execução dos artistas e satimbancos.
Em 1584, o inglês Reginald Scott publica o primeiro livro sobre mágica
(truques) A desmistificação dos Segredos das Bruxas (The Discovery of
Witchkraft). No livro ele explica como os truques funcionam e que tais
artistas não tinham nenhum poder para normal e muito menos tinham um
pacto com o diabo.
Para podermos entender o medo, admiração e respeito que a população da
idade média tinha por tais artistas temos que nos lembrar que a nem
muito tempo arte, magia, ciência, filosofia eram muito próximas e
muitas vezes exercitadas pela mesma pessoa. A superstição era muito
grande, e muitos sacerdotes, padres, clérigos aproveitavam tais
truques para fortalecer a crença de seus seguidores.
Como exemplo podemos mencionar Alexandro de Abonitica, na velha
Grécia, que era sacerdote e usava truques em seu templo. Ele
transformava de um ovo uma cobra que num instante crescia. A cobra era
enrolada e deixada em cima de umas pedras de onde respondia às
perguntas dos doentes e crentes numa voz profunda e bem calma. Outro
truque usado era o das portas dos templos que se abriam
automaticamente quando as chamas do altar eram acesas.
Tais apresentações impressionavam e até hoje são repetidas de uma ou
outra forma em inúmeros shows pelo mundo inteiro.